Aquicultura: médica-veterinária e zootecnista contam os desafios das profissões no Amazonas e necessidade da valorização do pescado local
Celebrando o Dia Nacional da Aquicultura, neste dia 20 de março, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas (CRMV-AM) celebra a data falando sobre essa área de atuação do médico-veterinário e do zootecnista e a importância desses profissionais na produção animal, principalmente na piscicultura – área da aquicultura predominante no estado.
Conforme o relatório de Produção de Pecuária Municipal 2020, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a segunda espécie mais produzida, que representa 18,2% do total da piscicultura brasileira, é o tambaqui, que é proveniente principalmente da Região Norte, sendo o Amazonas responsável por 6,2% dessa produção.
“A atuação do médico-veterinário na área da aquicultura tem crescido demasiadamente nos últimos anos, principalmente devido ao aumento do número de piscicultores no estado”, conta a médica-veterinária Jandiara Kelly Oliveira.
Mesmo com esse crescimento, a profissional afirma que ainda há necessidade de profissionais capacitados na área, mesmo que existam no Amazonas cursos de pós-graduação voltados para a piscicultura nas principais instituições, há poucos que buscam esta alternativa.
“Os que atuam hoje, não atendem a grande demanda, visto que é vasta a atuação do veterinário nesta área. Este profissional atua principalmente com diagnóstico de doenças, realização de tratamentos medicamentosos ou intervenções, quando necessário; biometrias, arraçoamento adequado, microchipagem de matrizes, reprodução, na pesquisa em diversas áreas, em frigoríficos de pescado, na clínica de peixes, em consultorias tanto para peixes ornamentais, como nos de cultivo, entre outras”, lista a profissional.
Jandiara afirma que o médico-veterinário é de suma importância para a melhoria da qualidade do produto final, para a prevenção de doenças, e tratamentos, sendo algumas atividades desempenhadas somente por um profissional da área, que seja capacitado e devidamente registrado.
“Atualmente um dos principias entraves que temos na piscicultura do Amazonas é a comercialização e valorização do pescado local, pois a maior parte vem de fora do estado, entram com facilidade, mesmo sem qualidade e, pela vantagem dos preços, tomam o espaço do pescado produzido aqui”, esclarece ela.
A profissional ressalta ainda a necessidade de se trabalhar a conscientização da população para exigir do seu fornecedor, não só o preço, mas a qualidade do produto final e valorização do pescado da região.
Zootecnia
Quem também tem um papel muito importante e atua em todos os segmentos da cadeia produtiva aquícola é o profissional da Zootecnia.
“Uma das diversas áreas que o zootecnista pode atuar é a Aquicultura e nela temos a possibilidade de diversificar as nossas áreas de atuação, pois podemos atuar desde pesquisas e formulação de ração para animais aquáticos, assim como em estratégias de melhoramento genético, processamento e beneficiamento de pescado e ainda a busca incansável por novas tecnologias que possam ser inseridas em campo, com as boas práticas de produção juntamente com melhorias de manejos que visam a geração de lucro ao produtor”, afirmou a zootecnista Thayana Taveira Melo.
Tanto o zootecnista quanto o médico-veterinário são imprescindíveis para garantir que um produto de qualidade chegue até o consumidor final, garantindo, assim, a saúde pública.